Foi operada á perna direita no
hospital São João, no Porto. Porque os meus pais e o fisioterapeuta pensavam
que eu tinha o osso da anca deslocado.
Uns meses antes conhecemos os pais de uma adolescente que tinha o mesmo problema que eu, só que mais grave, eles indicaram-nos um médico que trabalhava no hospital.
Uns meses antes conhecemos os pais de uma adolescente que tinha o mesmo problema que eu, só que mais grave, eles indicaram-nos um médico que trabalhava no hospital.
Conseguimos uma consulta, o
médico mandou-me fazer uma radiografia. Quando viu a radiografia disse que não
era necessário mexer na anca, mas para me ajudar a andar melhor, faria uma
intervenção cirúrgica no fémur, rodando-o para fora com o objectivo de não calcar
o outro pé quando me deslocasse.
No dia 27 de Setembro de 2010, ligaram
para a minha mãe a preguntar se no dia 30 poderia ser agendada a operação, a
minha mãe pediu algumas horas, para pedir a opinião ao meu pai e ao terapeuta. A
opinião de todos era avançar, não se podia desperdiçar esta oportunidade.
Nesse mesmo dia, quando me foi
buscar à escola, entrou na minha sala, só estava eu e a professora Isabel (que
é nossa amiga à muito tempo) e disse que eu ia ser operada dali a 3 dias, não
estava a contar e por isso amarei-me á minha mãe a chorar, com muito receio do
que estava para vir.
No dia seguinte, ligaram a dizer
que operação tinha sido adiada para o dia 21 de Outubro de 2010. Como já estava
a contar com a ida para o hospital dali a três dias fiquei um pouco desiludida.
No dia 21 de Outubro de 2010 dei
entrada no hospital, estive lá até ao dia 1 de Novembro de 2010. Sofri muito, com
bastantes dores devido à minha deficiência motora (espasmos principalmente do
lado direito).
Nos primeiros 3 meses andei de
cadeira de rodas, só fui para a escola no dia 12 de Novembro de 2010. Não conseguia
dormir na cama com as dores e o mau estar, dormia sentada no sofá com a minha
mãe e o meu pai dormia no chão. Continuei com a fisioterapia, mas em vezes de
ser duas vezes por semana e na clinica, o fisioterapeuta deslocava-se a minha
casa todos os dias, para ninguém me ver a chorar enquanto fazia a reabilitação.
Em Janeiro de 2011, passei a
dormir na cama dos meus pais, porque o colchão da minha cama era muito duro magoava-me
e o quarto era estreito para manejar a cadeira-de-rodas.
Em Abril de 2011, passei para o
meu quarto e já andava em casa de andarilho, as dores tinham diminuído. Para me
deslocar dentro da escola fazia-o de cadeira-de-rodas, na sala de aulas
deslocava-me a pé, amarrada às coisas ou aos meus colegas. Voltei a fazer
fisioterapia na clinica três vezes por semana.
Em Maio de 2011, deixei a cadeira
de rodas e passei a andar só de andarilho. Atualmente vou à fisioterapia duas
vezes.
Foram 7 meses da minha vida
perdidos, de sofrimento e angustia. Tive alguns pensamentos de suicídio e perguntava-me,
o porquê de isto me estar a acontecer a mim, não bastava ter uma deficiência para toda a
vida. Foram os piores dias/meses na minha vida. Nunca mais quero passar
novamente por aquele sofrimento, nem ver as pessoas que mais amo a passarem pelo
aquilo que sofri. Como diz o ditado dor nos ossos é de “fugir”!
Na minha opinião, a operação não
foi um sucesso, ainda coloco a perna direita para dentro. Sinto a anca a subir
e acho que a perna ficou mais curta, ando pior do que andava.
Mas, a vida é assim. Foi uma
experiência dolorosa, mas se não a fizesse poderia um dia culpar-me por não
tentar. A Vida é isto mesmo, arriscar e não desistir, tentar tudo e nunca
baixar os braços, correu mal mas poderia ter corrido bem!
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