quinta-feira, 23 de junho de 2022

Joanas!

Na minha vida têm aparecido raparigas, mulheres, com o nome Joana. Não sei qual o motivo! 

Todas diferentes e importantes na minha vida.

Em primeiro lugar, a minha prima, Joana, é a irmã que nunca tive\nem vou ter. Temos uma pequena diferença de idades, quatro anos, dizem que somos muito parecidas. Mas com feitios muito diferentes. Quando éramos crianças, as suas roupas vinham para mim. Estávamos muito tempo juntas, eu passava a maior parte do meu tempo na casa dos meus tios, pois o seu irmão (meu primo) é da minha idade (mais novo cinco dias do que eu) e andamos na mesmo turma desde o infantário até ao nono ano letivo. Tenho um carinho muito especial pela  minha prima, em criança gostaria de imita-la. Tanto a minha prima como o meu primo, nunca tiveram\nem têm preconceitos de estar comigo, ou levarem-me a algum lado ou, até, de me apresentarem os seus amigos e namorado\a. Quando vêm uma pessoa preconceituosa ficam “passados”, por vezes “soltam a língua” (sem maltratar ninguém). Adorava quando íamos de férias com os meus tios e primos, quando a minha prima me levava ao shopping (parecíamos duas tolas a entrar nas lojas todas e a ir para os provadores vestir e tirar, tantas vezes, e as nossas mães a ralhar-nos). Momentos muito fixes! 

Joana é a minha terapeuta da fala, espetacular e incrível. Conhecemo-nos através da minha mãe e no início da sua carreira. Foi e é, a melhor terapeuta da fala do mundo, melhorei imenso a fala e a deglutição. É uma pessoa sem preconceitos e ai daquele que os tenha, fica “tola”, explicando que somos todos iguais e não existem barreiras. Fez questão de que eu fosse aos escuteiros dar o meu testemunho e diz que nada é impossível, no final fomo-nos divertir um pouco pela noite fora. As nossas idades são próximas e às vezes “chocamos”, porque quer que eu seja mais independente e que viva a vida. O que não é assim tão fácil! No entanto, diz-me que o problema está na minha cabeça e que nada é impossível, se quisemos tudo é possível. Adoro a sua maneira de ser e de ver o mundo. Gosto muito dela e agora ainda mais, porque está grávida e vou ter o privilégio de acompanhar a sua gravidez e seu filhote. Quando me deu a novidade, disse-me: “Não achas que estou com mais barriga? Estou grávida Ritinha. Vais ser tia.” (eu na brincadeira disse: “Tia não, é de velha. Prima é melhor.”) Está feita, porque vou muitas vezes colocar as mãos na sua barriguinha, dar beijinhos e quando nascer irei á sua casa sempre que puder (mesmo tendo degraus á entrada do edifício). É uma amiga que todos gostavam de ter, amiga do coração. Muito fixe!

Joana, fisioterapeuta, é uma pessoa maravilhosa e amável. Conhecemo-nos quando eu fui para a clínica neuro-reabilitar em Braga, devido ao estrangulamento medular. Na altura não era a minha fisioterapeuta mas notava-se uma atenção para comigo. Quando veio a pandemia, o meu fisioterapeuta decidiu deixar de trabalhar na clínica. As fisioterapeutas revezavam-se, para que eu não ficasse sem terapia, até contratarem outra. Quando veio outra fisioterapeuta, a Joana decidiu que ficava comigo duas vezes por semana (nas outras duas sessões ficava com a fisioterapeuta nova). Neste caso, ganhamos maior amizade e intimidade, uma vez que estamos duas horas por semana juntas e com muito toque físico (terapia neurológica é muito de tocar e mexer nos músculos do corpo todo). Através desta amizade e á vontade, aconselhou-me, a mim e á minha mãe a experimentar reiki, (uma vez que a minha mãe é muito ansiosa e teve dificuldades em aceitar a realidade, as minhas limitações, pois exigia muito de mim, o que é impossível e prejudicial), não “senti” nada de especial com o reiki. Foi nesse momento que me deu um clique, voltar a ir um psicólogo a que já tinha ido em adolescente (adorava estar na sua presença, transmitia paz e serenidade, um anjo de pessoa, ainda sinto isso), por motivos de “força maior” de outras pessoas tive que deixar. Pesquisei na internet o local onde trabalha e, no dia do meu aniversário pedi para marcar uma consulta, e assim foi. Adoro estar com o doutor, ajudou-me a entender o meu propósito de vida e objetivo (ninguém está nesta vida por acaso). Agradeço imenso á Joana por me ter dado esse estímulo para melhorar a minha vida. É uma pessoa que se entrega e se dedica muito aos seus pacientes, preocupasse com todos os que a rodeiam, amiga do amigo (tal como eu sou). 

A minha esteticista é, também, Joana. No pouco tempo que estamos juntas, parece ser um ser humano simples e sem preconceitos (talvez por ter um irmão numa cadeira de rodas). Não sei dizer muitas mais coisas sobre ela porque é muito pouco o tempo que estamos juntas.

Adoro pessoas simples, honestas e sem preconceitos por terem familiares e\ou amigos em cadeira de rodas ou com outras diferenças. Serem o que são, não serem uma pessoa pela frente e por trás serem outra.


Tive outra Joana na minha vida, encontramo-nos no 10° ano letivo e fomos juntas para a universidade. Ajudava-me imenso, apoiava-me na escola e era muito minha amiga, até mudei de curso na universidade para ter o seu apoio. Passamos aniversários, jantares de curso, viagem de finalistas do 12° ano letivo, imensas coisas juntas. De repente, no 2°ano da universidade, “encheu-se”, queria viver a “vida académica” e comigo não conseguia. E, ainda, “fez” a cabeça dos restantes colegas, á sua maneira. Fiquei destroçada e triste. Nessa altura, juntei-me aos rapazes que me ajudaram sempre, no que necessitava. Não acho que era um estorvo na sua vida, nem a impedia de nada, mas tudo bem. Consegui ultrapassar os obstáculos e acabar o curso sem deixar nada para trás.

Não sei porquê que há pessoas falsas, maldosas e interesseiras…  

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