Hoje, 26 de Janeiro de 2016, sonhei que conheci o professor
Marcelo Rebelo de Sousa, o novo Presidente da República Portuguesa.
O professor Marcelo estava na rua em campanha eleitoral e, eu e a minha mãe
fomos ter com ele para cumprimentá-lo. Nós, principalmente eu, temos uma admiração grande por ele e
parece ser um homem humilde, com um coração bom.
Perguntou-me o nome e eu respondi: “Chamo-me Ana Rita. Mas gosto mais que me chamem só Rita, não gosto de Ana.”
Perguntou-me o nome e eu respondi: “Chamo-me Ana Rita. Mas gosto mais que me chamem só Rita, não gosto de Ana.”
Ele disse: “Ana Rita é um nome muito bonito e é difícil de
esquece-lo. E a tua mãe como se chama?”
A minha mãe não me deu tempo para eu responder, e
disse-lhe: “Chamo-me Teresa.”
O professor, em jeito de brincadeira, contrapôs: “Então, não perguntam o meu nome?”
Nós rirmos, afirmando: “Já sabemos. É o professor Marcelo Rebelo de Sousa.”
Ele disse: “Claro, estava a brincar.”
De seguida, o professor perguntou-nos qual o meu
problema e a minha mãe explicou. Acrescentou ainda: “A minha filha, Rita, não consegue arranjar emprego derivado
ao seu problema. Muitas pessoas pensam que a deficiência motora também afeta a
parte mental. É uma estupidez, mas é essa a mentalidade da maioria das pessoas,
é a sociedade que temos."
Falamos que eu já estou licenciada em Finanças, na
Universidade do IPCA, e que nunca reprovei ao longo do período escolar e académico.
Referi, ainda que, apenas deixei uma cadeira no primeiro ano da universidade,
porque vim de um curso profissional de Banca e Seguro e o primeiro ano é mais
complicado e adaptação.
O professor ao ouvir que eu já estava licenciada,
perguntou que idade tinha.
Respondi: "Tenho 21 anos.”
Ele retorquiu: “Tão nova e já licenciada! Parabéns."
Após alguns segundos, refletiu: “Se pensar bem, até tem lógica teres 21 anos! Se
nunca reprovaste e se entraste na primária com 6 anos, faz todo o sentido estares
licenciada com 21 anos.”
De seguida, apelamos ao professor para ter mais em
consideração as pessoas com deficiência motora e que me ajudasse a encontrar um
emprego.
Estavam jornalistas à nossa volta, mas com as câmaras
desligadas. O professor Marcelo disse aos jornalistas para ligarem as câmaras
pois tinha um apelo a fazer. Rapidamente se aprontaram e o professor Marcelo
iniciou: “Boa tarde portugueses. Acabei de conhecer duas
guerreiras que estão aqui ao meu lado. Esta jovem tem um problema e não
consegue arranjar emprego por ter uma deficiência motora. Quero dizer-vos
que a jovem chama-se Rita, vive em Barcelos e é licenciada em Finanças. Faço
aqui, em direito, o meu apelo para que sejam solidários e que ajudem a Rita a
ter um emprego igual às outras pessoas. Se quiserem entrem em contrato comigo
ou com os canais de televisão. Conto com vocês!"
Acompanhou-nos até ao carro. Durante o caminho, o
professor Marcelo perguntou à minha mãe se trabalhava.
A minha mãe respondeu: “Sim. Tenho uma Pastelaria, o meu marido é o
pasteleiro e eu vendo os bolos ao balcão."
O professor perguntou: “Como consegue trabalhar e ajudar a Rita?"
A minha mãe respondeu: “Os meus pais ajudam muito, iam busca-la à Universidade,
davam e dão o almoço e ao fim de semana a Rita fica na casa deles, para eu
trabalhar. Não posso deixar de trabalhar, pois a minha filha precisa de terapias
e de cuidados como as outras jovens. Se tivesse à espera da ajuda do
Estado, a Rita não estava assim tão desenvolvida. Tudo o que é
associações que fazem fisioterapias são uma desgraça, não estimulam estes
meninos como deve ser. Temos de recorrer aos serviços particulares e
sermos nós, pais, a pagar. Ainda bem que eu vou podendo pagar a fisioterapia no
particular, senão a Rita estava em casa ou numa instituição, arrumada!"
A minha mãe acrescentou também: “A Rita tem uns milhares de euros investidos em
fisioterapias, médicos, calçado específico, ida a Cuba para fisioterapia
intensiva durante dois meses, etc. Tudo por minha conta. Mas não estou a dizer
que queria que pagasse tudo, mas que ajudasse. Ela é minha filha e faço tudo o que tiver ao meu
alcance para coloca-la o mais autónoma possível e dar-lhe qualidade de
vida."
Enquanto a minha mãe falava, as lágrimas corriam pelo rosto.
Enquanto a minha mãe falava, as lágrimas corriam pelo rosto.
Ao ouvir isto e ver a minha mãe naquele estado,
abraçou-a e disse: “Você é uma guerreira e lutadora. É uma boa
mãe."
Olhou para mim e completou: “Tu tens uns pais muito bons. Fazem tudo por ti deves
ter muito orgulho neles."
Os meus olhos encheram-se de água e caíram-me pelo
rosto abaixo. De forma emocionada respondi: “Eu sei. Eu tenho os melhores pais do mundo e sinto
muito orgulho e gratidão. A minha mãe, principalmente, para mim é tudo. É a
minha vida. Amo-a incondicionalmente e não vivo sem ela ao meu lado. Decerto
não vou amar mais ninguém como a amo."
A minha mãe não parava de chorar e abraçou-se a mim
com tanta força, dizendo: “Tenho muito orgulho em ti, és a melhor filha do
mundo, a melhor coisa que tive na vida foi ter-te."
O professor Marcelo ficou espantado a olhar para nós e
emocionou-se.
Ao ver isto, eu disse: “Já chega de chorar. Ainda fizemos o professor chorar
também, mãe."
De repente tive uma ideia! Pensei em levar o professor
Marcelo à pastelaria dos meus pais, à Pastelaria Requinte. Dessa forma, ele
poderia conhecer o meu pai e, assim também, fazia publicidade (já que o negócio
está mau) ao levar com ele os jornalistas. O professor aceitou o pedido.
Virou-se para os jornalistas, dando indicações para o seguirem até ao seu caro,
pois iam a uma pastelaria e ele queria que filmassem. Ao ouvir as suas
instruções, pedi ao professor para ir comigo e com a minha mãe no nosso carro. O
professor estava com o seu próprio carro, mas com um motorista. Virou-se para o
seu motorista e avisou que ia connosco no nosso carro, sugerindo-lhe que nos
seguisse. Fiquei radiante de felicidade com a sua atitude.
No meu carro, o professor foi no banco da frente, à
beira da minha mãe, e eu ia no banco de traz, no meio. Durante a viagem
conversamos sobre mim, da minha família e da família do professor.
A certa altura, (eu ia mesmo encostada aos bancos
deles os dois) peguei na mão do professor, dei um beijo e apertei-a. A minha
mãe olhou para mim muito espantada. Ela não gosta que eu dê beijos nas mãos, pois
acha que as mãos ganham muitas bactérias. Eu afirmei: “Mãe, é a mão do professor Marcelo, é um momento
especial. As pessoas quando estão com o Papa também o beijam na mão. E para mim
o professor é como o Papa. Ok?"
Ele ao ouvir isso, ficou emocionado e deu-me um
beijo e disse: “Obrigado Rita. Nem sei o que te dizer. Muito obrigado.
Tu também és especial."
Nisto, chegamos à pastelaria. Fomos confrontados com
um cenário cheio de carros e jornalistas. O meu pai veio ver o que se passava, e
avistou-me a sair do carro com a minha mãe e… o professor Marcelo!
Os jornalistas não paravam de tirar fotografias e as
câmaras estavam todas voltadas para nós e para a pastelaria.
Quando entramos no estabelecimento, o meu pai cumprimentou
o professor. Dirigindo-se para mim e para a minha mãe, questionou-nos acerca
daquele aparato. Sorrimos e apenas pedimos que servisse ao professor um café e um
profiterole. Sem hesitar, cumpriu o nosso desejo e colocou em cima do balcão.
O professor Marcelo disse aos jornalistas para
começarem a filmar, lá de fora para dentro e depois que entrassem.
Quando estes entraram com as camaras de filmar
ligadas, o professor iniciou: “Estamos aqui numa pastelaria em Barcelos, que se
chama Requinte. É a pastelaria de um casal que conheci hoje e que ficamos
amigos. Eles têm uma filha muito especial, que também já fez crescer uma amizade.
Estou perante um café e um profiterole, que me parecem deliciosos. Vou então
provar!"
Deu uma dentada e afirmou: “Mmmmm, que delícia, que bom! Parabéns senhor
pasteleiro, está maravilhoso!"
Voltado para a câmara e apelou: “Vocês, que estão aí em casa têm que vir a Barcelos
provar e, claro, comprarem estes deliciosos bolos. São mesmo deliciosos. E,
assim, ajudam os pais da minha amiga a trabalharem mais."
Virou-se para o balcão e pedi ao meu pai uma caixinha
de profiteroles para levar embora consigo. O meu pai fez a caixinha e colocou-a
no balcão. Imediatamente, o professor questionou qual preço, ao qual o meu pai respondeu ser oferta. Não aceitando, o
professor insistiu em pagar, porque a pastelaria é para faturar, uma vez que
era o nosso “ganha-pão”. Com tanta insistência, o meu pai dispôs a conta. O
professor pagou e não quis o troco.
Logo de seguida, solicitou que desligassem as camaras
e que os jornalistas se retirassem. Já sem as câmaras por perto, o professor
preguntou: “Onde fazem estes deliciosos bolos?”
O meu pai respondeu: “Fazemos lá dentro, na parte do fabrico, mais especificamente
na cozinha.”
Eu sugeri que fossemos mostrar a cozinha ao professor.
Quando estávamos na cozinha, o professor disse: “É bonita e grande!”
Olhou para tudo, com espanto e voltado para nós
referiu: “Quero agradecer por terem vindo ter comigo, por me
terem trazido até à vossa pastelaria e por me terem dirigido aquelas palavras
tão simpáticas e sinceras. Posso afirmar que ganhei três amigos para a vida, mas
uma amiga especial, a Rita.”
Eu e a minha mãe realçamos: “Nós é que agradecemos por nos ter ouvido e ter vindo
até à nossa pastelaria. Muito obrigada.”
O professor Marcelo dirigiu-se para mim com o olhar, realçando: “Rita, és muito bonita por dentro e por fora, tens
um coração enorme. És uma jovem lutadora e especial.”
Ao ouvir isto, as lagrimas caíram pelo rosto. Abraçando-o,
retorqui: “O professor também é especial e tem um coração
gigante. Nunca vou esquecer este dia e será um amigo do coração”.
A minha mãe, ao ouvir as minhas palavras, sentiu os
olhos a encherem-se de água e expressou: “Muito obrigada.”
O professor aproveitou o momento e continuou: “Vou deixar o meu contrato pessoal para nos
contractamos com regularidade e prometo vir, mais vezes, a Barcelos visitar-vos.
Independentemente do resultado das Presenciais, eu vou ajudar-te Rita! E podem
contar comigo para o que precisarem. Quero também que me vão visitar à minha
casa!"
Emocionadas, respondemos: “Obrigada, professor Marcelo. Será sempre bem-vindo
á nossa casa. Quando quiser aparecer as portas estarão abertas e será recebido
com muita honra. Também, vai levar os nossos contactos e esperamos pela sua
visita.”
A despedida foi emocionada, com felicidade, pelo
acontecimento inesperado, e tristeza, por ter de ir embora e não querer.
À noitinha, o professor Marcelo ligou-nos, para
informar que já tinha chegado a casa e que, mais uma vez, adorou ter-nos
conhecido.
Ficamos amigos para o resto da sua vida, com muitas
visitas e telefonemas.

2 comentários:
nunca desistas dos teus sonhos. beijinhos
Rita, pede ao pai que se candidate:
http://sic.sapo.pt/Programas/best-bakery/novidades/2016-06-02-A-SIC-procura-a-melhor-pastelaria-de-Portugal
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